Palmas, TO – 12 de setembro de 2025 – Todos os dias, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) de Palmas cruzam bairros, visitam lares e fortalecem o Sistema Único de Saúde (SUS) com seu trabalho essencial. Eles monitoram riscos de doenças, orientam famílias sobre prevenção, combatem vetores como o mosquito da dengue e participam de campanhas cruciais, como a vacinação antirrábica para pets, protegendo a saúde animal e humana. Mesmo com uma jornada de 40 horas semanais, cheia de desafios físicos e emocionais, o salário inicial na tabela do Plano de Carreira em Palmas, de apenas R$ 1.894,00, está muito abaixo do piso nacional de R$ 3.036,00, garantido pela Emenda Constitucional nº 120/2022. Por quê? Por que, para muitos gestores, o trabalho árduo desses profissionais, que previne epidemias e salva vidas, parece merecer tão pouco?

Essa pergunta deve ressoar entre nós, ACS e ACE. Enquanto o país se prepara para um reajuste de 7,44% no piso salarial em 2026, elevando-o para R$ 3.262,00, Palmas ainda não incorporou o piso atual à sua tabela salarial, apesar das cobranças do SINDACEN-TO em ofícios e mobilizações. Essa desvalorização não é apenas uma questão financeira – é uma questão de dignidade. E se parte do problema estiver em como nós, enquanto categoria, permitimos que essa visão de “salário baixo” persista?

Por Que os Gestores Acham que ACS e ACE “Podem” Ganhar Tão Pouco?

Reflitam: por que tantos gestores municipais tratam o salário dos agentes como uma despesa a ser minimizada, em vez de um investimento na saúde pública? A história da categoria revela uma raiz de precarização: até 2020, o piso nacional dos ACS era de apenas R$ 1.400,00, reflexo de uma visão equivocada de que o trabalho comunitário é “menos técnico” ou “suplementar”. No Tocantins, essa mentalidade se perpetua quando cidades como Palmas hesitam em implementar o piso nacional, mesmo com recursos federais disponíveis, como o Incentivo Financeiro Adicional (IFA), que 18 municípios do estado já incorporaram aos salários desde 2022. Por que Palmas, a capital, fica para trás? Seria falta de prioridade política? Ou uma crença de que o agente, por atuar “na comunidade”, não precisa de remuneração justa?

O trabalho dos ACS e ACE é a espinha dorsal da prevenção. Vocês, que visitam 100 lares por semana, identificam casos de hipertensão, orientam sobre saneamento e aplicam larvicidas, sabem que cada real investido no seu trabalho economiza até R$ 10 em internações hospitalares. Mesmo assim, em audiências na Câmara Municipal de Palmas, como a de fevereiro de 2025, a gestão municipal responde com promessas vagas, enquanto vereadores como Walter Viana cobram estudos para implementar o piso e aposentadoria especial. O que trava o avanço? E por que aceitamos que nosso valor seja reduzido a números que mal cobrem as despesas básicas?

Reflexões para a Categoria: Somos Parte do Problema?

Agora, o espelho se vira para nós: por que, como ACS e ACE, ainda toleramos salários que não refletem nosso impacto? Em Palmas, onde mais de 500 agentes atuam em áreas como Taquaralto e Jardim Aureny III, enfrentando calor, poeira e riscos de doenças como dengue, o salário inicial de R$ 1.894,00 não acompanha nem a inflação projetada de 4,5% para 2025. Muitos de vocês complementam a renda com bicos, sacrificando saúde mental e tempo com a família. Será que, por virmos das comunidades que atendemos, aceitamos a ideia de que “é suficiente”? Ou será que a falta de união nos impede de transformar indignação em ação?

Olhem para o Tocantins: em Dianópolis, o Decreto nº 123/2022 garantiu o piso de R$ 2.424,00 desde 2022. Em Esperantina, protestos em janeiro de 2025 asseguraram o repasse integral do IFA, elevando salários em 20%. Em Colinas, a Lei Municipal nº 2.011/2025 alinhou o piso ao nacional. Esses avanços não caíram do céu – foram conquistados por categorias unidas, que lotaram assembleias e pressionaram gestores. Em Palmas, a nova gestão do SINDACEN-TO (2025-2028) está na luta, mas sem a força coletiva da base, a pressão não avança. Vocês, que organizam campanhas antirrábicas e enfrentam os desafios diários da saúde comunitária, merecem mais do que promessas. Merecem respeito em forma de salário justo.

A Luta Vale a Pena: Um Futuro com Valorização Automática

Não é hora de desanimar, mas de questionar e agir. O piso nacional, atrelado ao salário mínimo, garante reajustes automáticos – uma conquista que elimina batalhas anuais e dá previsibilidade financeira. Imagine um Plano de Carreira em Palmas começando em R$ 3.036,00, com progressões justas, adicional de insalubridade corrigido e IFA incorporado, podendo chegar a R$ 4.256,00 para agentes experientes. Esse cenário não é utopia; é um direito que outros municípios tocantinenses já asseguram. Implementar o piso não só valoriza vocês, mas fortalece o SUS, reduzindo surtos e desigualdades em nossa capital.

ACS e ACE de Palmas, reflitam: por que aceitamos menos quando nosso trabalho transforma vidas? Unam-se ao SINDACEN-TO, participem das assembleias, ocupem as ruas com orgulho e mostrem que o valor do agente não se mede apenas em reais, mas no impacto que vocês têm em cada lar visitado. Juntos, podemos fazer de 2026 o ano da verdadeira valorização. Acompanhe nosso site e redes para as próximas ações. #RefletePeloPiso #ValorizeOAgente #SINDACENTO

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